Vítimas tiraram fotos dos criminosos 'para não morrer', dizem policiais.
Imagens foram enviadas a parentes para convencê-los a chamar imprensa.
Dois dos 13 criminosos que fizeram 153 reféns durante assalto a Joalheria João Justino, no Centro de São Paulo, nesta terça-feira (15), obrigaram funcionários e clientes a tirarem fotos deles armados para não serem mortos, segundo vítimas e policiais que acompanharam a ocorrência. Em seguida, mandaram as vítimas enviar as imagens a parentes para convencê-los de que eram ameaçados sob a mira de revólveres.
Outra exigência dos assaltantes para libertar os reféns, entre eles idosos, mulheres e crianças, era a presença da imprensa em frente à joalheria, uma das maiores da Rua Barão de Paranapiacaba, na Sé, região central da capital paulista.
Outra exigência dos assaltantes para libertar os reféns, entre eles idosos, mulheres e crianças, era a presença da imprensa em frente à joalheria, uma das maiores da Rua Barão de Paranapiacaba, na Sé, região central da capital paulista.
Com as fotos dos criminosos feitas pelas vítimas, familiares se convenceram que estava ocorrendo um roubo com reféns e passaram a telefonar para as redações de algumas emissoras de TV, jornais e sites pedindo que fossem até o local. Os bandidos também tinham medo de ser mortos pela Polícia Militar e acreditavam que os agentes não atirariam neles com jornalistas por perto, segundo a polícia.
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Após negociação com os policiais, a dupla se entregou e libertou os reféns. Ela se juntou a outros dois comparsas presos. Nove assaltantes da quadrilha, sendo quatro mulheres e cinco homens, fugiram e são procurados.
Fotos
Alguns policiais e reféns relataram ao G1 que os dois criminosos foram violentos, ameaçando as vítimas constantemente de morte caso não as obedecessem. Uma das exigências foi obrigar funcionários a clientes a fotografá-los com as pessoas.
Fotos
Alguns policiais e reféns relataram ao G1 que os dois criminosos foram violentos, ameaçando as vítimas constantemente de morte caso não as obedecessem. Uma das exigências foi obrigar funcionários a clientes a fotografá-los com as pessoas.
Entre os reféns que sacaram seus celulares para fotografar os assaltantes estava a estudante de marketing Gabriela Silva Santos, de 22 anos. Ela e a mãe, a cabeleireira Rosangela Aparecida da Silva Santos, de 51, tinham ido a joalheria comprar brincos, pulseiras e colares de ouro.
“Eram presentes para o Natal”, disse Gabriela em entrevista ao G1 nesta quarta-feira (16). Ela não quis mostrar o rosto na reportagem, mas autorizou a divulgação das fotos que fez.
“Eram presentes para o Natal”, disse Gabriela em entrevista ao G1 nesta quarta-feira (16). Ela não quis mostrar o rosto na reportagem, mas autorizou a divulgação das fotos que fez.
“Os bandidos entraram na loja disfarçados de clientes, sacaram as armas e anunciaram o roubo, mas alguém avisou a polícia, que cercou o local”, lembrou Gabriela. “O clima ficou tenso e os criminosos nos obrigaram a tirar fotos deles com as armas para provar que havia reféns”.
Três disparos foram feitos por dois assaltantes na direção dos policiais. Um dos tiros estilhaçou o vidro de uma porta. Os estilhaços feriram um dos reféns. A orelha de um homem foi cortada.
A estudante de marketing então encaminhou as imagens para sua irmã, que estava trabalhando na Zona Sul. Em seguida, ela decidiu avisar a imprensa.
“Sei que outras pessoas fizeram o mesmo”, contou Gabriela sobre ser obrigada a tirar fotos dos criminosos.
“Os bandidos nos mandaram tirar fotos porque queriam chamar a imprensa", comentou a jovem. "Eles achavam que se os jornalistas não aparecessem, eles seriam mortos pelos policiais".
“Sei que outras pessoas fizeram o mesmo”, contou Gabriela sobre ser obrigada a tirar fotos dos criminosos.
“Os bandidos nos mandaram tirar fotos porque queriam chamar a imprensa", comentou a jovem. "Eles achavam que se os jornalistas não aparecessem, eles seriam mortos pelos policiais".
"As fotos serviram para convencer nossas famílias de que éramos reféns e não era um trote”, afirmou Gabriela.
De acordo com a estudante, quando TV e repórteres chegaram ao local, a negociação entre bandidos e policiais ficou mais tranquila. “Foram quase duas horas de conversas para os criminosos se entregarem, mas depois eles falavam que não queriam nos matar e que todos iriam sair vivos”, disse.
Cronologia
Segundo a polícia, por volta das 11h30, os criminosos entraram na loja fingindo ser clientes. O grupo aproveitou um momento de distração do segurança e o rendeu, anunciando o assalto. Funcionários e clientes foram trancados em cômodos, como banheiros e escritórios.
Comparsas que estavam no lado de fora avisaram da chegada da polícia. Parte do grupo que escapou acabou roubando cerca de 3 kg de joias, pulseiras, relógios, anéis e correntes.
O assalto com reféns terminou perto das 14h. Os quatro detidos foram levados ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), onde foram indiciados por roubo, resistência e disparo de arma.
O assalto com reféns terminou perto das 14h. Os quatro detidos foram levados ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), onde foram indiciados por roubo, resistência e disparo de arma.
fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/12/refens-em-joalheria-dizem-que-foram-obrigados-fotografar-bandidos.html
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