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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Visto ao bater em carro deixa bilhete: 'Estou a fingir que deixo meus dados'


Foto foi feita na segunda-feira na UnB; dono do veículo não foi identificado.
70 mil pessoas e 20 mil automóveis circulam pelo campus por dia, diz PM.

Raquel MoraisDo G1 DF
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Bilhete deixado em parabrisa de carro avisa que motorista bateu no veículo, mas escreveu apenas para fazer testemunhas pensarem que ele deixava contato (Foto: instagram/Reprodução)Bilhete deixado em para-brisa de carro avisa que motorista bateu no veículo, mas escreveu apenas para fazer testemunhas pensarem que ele deixava contato (Foto: instagram/Reprodução)
O estudante de educação física Luiz Filipe Rosa, de 22 anos, ficou indignado ao encontrar um recado “cara de pau” no para-brisa do automóvel de um desconhecido em um estacionamento da Universidade de Brasília (UnB). No bilhete, uma pessoa identificada como João afirmava ter batido acidentalmente no veículo e que escrevia o recado para fazer com que as testemunhas achassem que ele estava deixando algum contato (veja acima).
Fiquei com aquela cara de indignação, custei a acreditar que a pessoa parou e teve a cara de pau de fazer isso. Ainda é alguém inteligente, né, para pensar em uma saída dessas, se safar assim."
Luiz Filipe Rosa, estudante de educação física da UnB que fotografou o bilhete
Rosa fotografou o bilhete no carro na tarde de segunda-feira (7), no ICC Sul. No texto, o motorista infrator diz: “Olá, o meu nome é João. Bati acidentalmente no seu carro e alguém viu. Por isso, estou a fingir que escrevo os meus dados. Desculpe, João”.
Revoltado, Rosa postou a foto em uma rede social, que foi curtida por mais de 70 pessoas. “Sou fissurado em carros e sempre tive medo de que isso acontecesse com o meu. Sempre paro em vagas diferentes, mais afastadas ou de ponta, justamente para evitar uma situação do tipo. Já vi acontecer."
Segundo o estudante, o carro sofreu alguns arranhões, aparentemente por um veículo em marcha a ré. Rosa diz que se colocou no lugar do dono do automóvel e que ficou ainda mais chateado com a situação.
“Não tenho nem ideia de quem é [o proprietário], mas me deu raiva por ele. Se fizessem isso com o meu carro, com essa ironia ainda, eu ia querer matar”, brinca. “Fiquei com aquela cara de indignação, custei a acreditar que a pessoa parou e teve a cara de pau de fazer isso. Ainda é alguém inteligente, né, para pensar em uma saída dessas, se safar assim.”
Bilhete em inglês com os mesmos dizeres do deixado em parabrisa de carro na UnB (Foto: Reprodução)Bilhete em inglês com os mesmos dizeres do deixado em
parabrisa de carro na UnB (Foto: Reprodução)
G1 procurou a UnB para saber se as câmeras de segurança do local flagraram o incidente, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem. Dados da Polícia Militar apontam que, diariamente, 70 mil pessoas e 20 mil carros circulam pelo campus Darcy Ribeiro, onde aconteceu o registro.
O bilhete fotografado pelo estudante é igual a outro que já circulou por redes sociais, mas em inglês. As frases, traduzidas, são iguais às deixadas no parabrisa do carro na UnB (veja ao lado). Como o estudante Luiz Filipe Rosa não viu quem escreveu o bilhete, ele não sabe se o recado é verdadeiro.
Experiência positiva
Em setembro do ano passado, a administradora Lívia Kotama também se surpreendeu ao pegar o carro atrás dos anexos dos ministérios do Trabalho e da Saúde. Mas, no caso dela, o recado trazia uma boa notícia. "Você esqueceu seu carro destrancado e com os vidros abertos. Tomei a liberdade e fechei tudo. Lucas", dizia o bilhete.
No automóvel, avaliado em R$ 20 mil e que tem alarme e vidro elétrico, havia uma mala com itens de academia, tênis, perfume, sandálias de dança, casaco, som e CDs.
"Eu nem imaginava que poderia ter deixado o carro aberto, porque além de travar com o alarme eu sempre verifico pela maçaneta se [o veículo] realmente está fechado", disse Lívia na época. "Fiquei muito surpresa por ter esquecido e mais ainda por alguém ter fechado por mim. A sensação é de que nem tudo está perdido, ainda existem pessoas de bem."
A administradora também declarou que não tinha a mínima ideia de quem era Lucas e afirmou que não pretendia que ele fosse encontrado. "Ele sabe que fez o bem. Quero só que as pessoas aprendam com o exemplo dele, que ajudem o próximo mesmo sem saber quem é, mesmo sem receber nada em troca", afirmou.

fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2014/04/visto-ao-bater-em-carro-deixa-bilhete-estou-fingir-que-deixo-meus-dados.html

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