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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Ninguém queria investir, diz diretor de filme sobre Joãosinho Trinta


Longa que estreia na quinta-feira (13) começou a ser produzido em 2002.
Após carnavalesco, cineasta pretende fazer cinebiografia de Sidney Magal.

Letícia MendesDo G1, em São Paulo
Doze anos atrás, o diretor Paulo Machline tinha acabado de lançar o curta "Uma história de futebol", sobre o jogador Pelé, quando começou a procurar outro personagem que rendesse um filme. Ao ler no jornal um artigo sobre o carnavalesco Joãosinho Trinta, que morreu em 2011, ficou fissurado por sua trajetória. "Comecei a investigá-lo em 2003, depois fiz mais entrevistas em 2005, mas não consegui viabilizar o filme financeiramente. Ninguém queria investir", conta o cineasta, em entrevista ao G1Assista acima.
Assim, sem dinheiro, ele deixou o projeto arquivado enquanto fez alguns trabalhos para a TV, e lançou em 2009 seu primeiro longa, "Natimorto", e o documentário "A raça síntese de Joãosinho Trinta". "Fiz entrevistas com o João e com pessoas do universo dele, mas com o objetivo de usá-las como pesquisa. Não imaginava que aquilo poderia virar um documentário. O documentário nem era para existir. Ele existiu porque o material da minha investigação era interessante", conta Machline.
Foi então que os produtores Joana e Matias Mariani, da Primo Filmes, mostraram interesse no longa de ficção. "Todo carioca e se interessa um pouco por Carnaval gosta do Joãosinho", afirma Joana. Exceto Matheus Nachtergaele, primeira e única escolha do diretor para protagonista, todos passaram por testes. "Para personagens baseados em pessoas reais, a gente tinha referências físicas da forma de falar e se expressar", diz Machline. Paolla Oliveira vive Zeni, mulher do carnavalesco e cenógrafo Fernando Pamplona, interpretado por Paulo Tiefenthaler. Fabrício Boliveira interpreta o ajudante Calça Larga. Milhem Cortaz é Tião, diretor do barracão da Salgueiro. "O mais difícil desse filme foi me transformar em uma pessoa que nasceu no Rio", diz Milhem, sobre seu primeiro personagem carioca.
Bastidores de um desfile
"Trinta" reproduz o Carnaval de 1973, primeiro em que "Joãosinho das alegorias" assumiu como carnavalesco responsável pelo desfile do Salgueiro. O diretor diz que o filme é uma homenagem a um lado do Carnaval que não é mostrado: o dos trabalhadores. Cenas de construções de carros alegóricos, elaboração de samba-enredo e criação das fantasias ocupam boa parte do longa. "Uma coisa que me emocionou foi acompanhar tudo aquilo crescendo. Todos os dias, os adereços e fantasias tinham caminhado como se eu estivesse vendo o Carnaval ser montado de verdade", diz Nachtergaele. "O material que a gente usou, principalmente ferragens e adereços, foi todo doado para escolas do segundo e terceiro grupos do Rio de Janeiro", completa o cineasta.
Após lançar "Trinta", Machline vai dirigir uma adaptação do livro "O filho eterno", do escritor Cristóvão Tezza, no primeiro semestre de 2015. E, em primeira mão ao G1, ele conta que pretende lançar em 2016 um filme sobre o cantor Sidney Magal. "Da mesma forma que o 'Trinta', vou pegar só um recorte da vida dele. Assinei meu contrato anteontem. Nem sei se podia te falar isso, mas falei".
O diretor Paulo Machline no set de 'Trinta' (Foto: Divulgação)O diretor Paulo Machline no set de 'Trinta' (Foto: Divulgação)
Milhem Cortaz no set de filmagens de 'Trinta' (Foto: Divulgação)Milhem Cortaz no set de filmagens de 'Trinta' (Foto: Divulgação)
fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2014/11/ninguem-queria-investir-diz-diretor-de-filme-sobre-joaozinho-trinta.html

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