Manuela anda, corre e brinca como um cão normal, sem nenhuma ajuda.
Animal ficou agonizando 15 dias após cair de uma laje em Santos.
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Uma história de superação tem comovido os moradores de Santos, no litoral de São Paulo, nos últimos dias. É o drama da cachorrinha mestiça Manuela, abandonada ferida pelos donos em um bairro da cidade. Apesar de casos de crueldade e maus-tratos aos animais não serem raros, o dela impressiona até mesmo quem trabalha diariamente com os bichinhos.
Manuela, que, segundo os veterinários, tem pouco mais de 1 ano de idade, caiu de uma laje na casa onde morava. Os donos ignoraram a dor do animal, que ficou 15 dias agonizando, com duas fraturas expostas, sem atendimento veterinário e sem conseguir se alimentar. Depois de duas semanas, uma mulher encontrou a cadela e a encaminhou para a Coordenadoria de Proteção a Vida Animal (Coprovida). "Quando ela chegou, as duas patas estavam infeccionadas. Aí eu disse que a cachorra ia ficar com a gente", conta Leila Abreu, coordenadora do Coprovida.
Depois de uma análise, a cachorra teve que passar por uma cirurgia ortopédica nas duas patas do lado esquerdo. "Ela fez a cirurgia, mas depois de um tempo o organismo dela começou a rejeitar os pinos. Chegou a um ponto que o veterinário falou que teria que amputar", explica Leila. Manuela teve que retirar a pata da frente e, há cerca de 15 dias, amputou a de trás.
A pequena cadela ficou apenas com as patas do lado direito do corpo. Com isso, as veterinárias acreditavam que ela precisaria usar cadeiras de rodas adaptadas para sobreviver. Mas, em poucos dias, a cachorra mostrou que isso não seria necessário. Manuela não apenas conseguiu se levantar sozinha, como também andou, correu e se alimentou, da mesma forma que fazia antes. "Ela se adaptou muito rápido. Isso foi o que mais deixou a gente impressionada. Ela sobe escada, desce escada e corre. Ela encontrou o ponto de equilíbrio muito rápido", conta a veterinária Pamela Paim, que acompanha o tratamento.
As cuidadoras contam que nem o veterinário, que é ortopedista, acreditou que ela pudesse andar nesta situação. A coordenadora diz que ainda não viu nenhum caso parecido com este no Brasil, apenas nos Estados Unidos. Ela se refere a Dominic, da raça Greyhound, que também conseguiu se manter com apenas duas patas após um atropelamento. Eles consideram que Dominic tem o físico semelhante, e que este poderia ser um dos motivos da rápida adaptação de Manuela.
Parceira com Bombom
Na mesma semana, uma outra cachorrinha, batizada como Bombom, foi resgatada de um atropelamento. As duas cadelas precisavam ficar separadas para o tratamento, mas devido à falta de espaço, os veterinários optaram por deixá-las juntas, próximas de uma escada. Leila conta que, no começo, os cuidadores ficaram temerosos, mas depois repararam que tomaram uma ótima decisão. "O veterinário ortopedista falou para deixar a Manu com a Bombom. Ele me disse que essa atividade física, ficando perto da escada, e a convivência com outro cachorro ia reforçar a autoestima dela. Não seria legal para a imunidade de ambas separá-las", diz Leila.
Na mesma semana, uma outra cachorrinha, batizada como Bombom, foi resgatada de um atropelamento. As duas cadelas precisavam ficar separadas para o tratamento, mas devido à falta de espaço, os veterinários optaram por deixá-las juntas, próximas de uma escada. Leila conta que, no começo, os cuidadores ficaram temerosos, mas depois repararam que tomaram uma ótima decisão. "O veterinário ortopedista falou para deixar a Manu com a Bombom. Ele me disse que essa atividade física, ficando perto da escada, e a convivência com outro cachorro ia reforçar a autoestima dela. Não seria legal para a imunidade de ambas separá-las", diz Leila.
Manuela e Bombom tornaram-se amigas inseparáveis. Depois de três meses em tratamento, estão prontas para a adoção. A amizade entre as duas ficou tão grande que foi decidido que quem quiser cuidar de uma delas terá que levar a "irmã" adotiva também. "A gente não quer doar separado. As pessoas são muito seletivas. Todo mundo quer um filhote, pequenininho, de preferência olho claro e perfeito", explica.
Os veterinários explicam que o futuro dono não terá despesas extras por conta da situação física de Manu. A exigência que a coordenadora da Coprovida faz é que o dono passe por uma entrevista para garantir que terá como manter uma alimentação de qualidade para as duas, vacinar e levar no veterinário sempre que precisar, além de dar carinho e amor a elas. De acordo com Leila, o procedimento não é feito apenas para as duas, e sim para todos os animais que passam pelo lugar. "Vou ficar com saudades quando elas forem adotadas. Não tem como não criar vínculo. Cada um que sai é uma choradeira", diz.
PuniçãoOs antigos donos de Manuela foram intimados a comparecer na Coprovida. Segundo Leila, o dono do animal não chegou a olhar para a cachorra nem procurou saber como ela estava. Pela atitude, ele acabou recebendo uma multa de R$ 1 mil por maus-tratos aos animais e omissão de socorro.
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