Gabriela VianaDa redação
A polêmica sobre o vídeo da modelo Kate Upton, retirado do ar pelo YouTube há cerca de dois meses, ganhou mais um capítulo no final de junho, após novas imagens da modelo serem censuradas pelo site poucas horas depois de sua publicação. O motivo, segundo o YouTube, é de que havia nudez e conteúdo sexual.
Diante de toda a polêmica envolvendo a política do site, o TechTudo fez uma pesquisa no YouTube, e encontrou alguns exemplos que violariam as regras do site e que, ao contrário dos vídeos da modelo, não foram retirados do ar, apenas restritos por idade. Para entender o que pode e o que não pode ser postado na página, nós destrinchamos as normas e tiramos a limpo algumas das regras e controvérsias da política do site.
"Cat Daddy" foi retirado do YouTube e logo em seguida voltou a ser exibido (Foto: Reprodução)
A discussão em torno dos vídeos de Kate Upton começou após a publicação do primeiro conteúdo, “Cat Daddy”, em que a modelo aparece dançando de biquíni. As imagens foram censuradas pelo site e, segundo o jornal "Daily Dot", a transmissão foi retomada após a reclamação dos fãs de Kate, que julgaram a atitude exagerada. Segundo eles, a modelo apenas dançava em frente às câmeras. "Cat Daddy" foi logo em seguida postado no Vimeo. Na época, o YouTube afirmou que o site havia se enganado e rapidamente o vídeo voltou a ser exibido.
Já em “The Many Talents of Kate Upton” ("Os muitos talentos de Kate Upton", em tradução livre), a loira pode ser vista saindo da piscina usando apenas uma camiseta branca molhada, deixando os seios à mostra, o que, de acordo com as regras do site, não seria permitido. O vídeo já está disponível novamente no site, mas é restrito apenas aos usuários convidados pelo canal.
Nudez: pode ou não pode?
Um dos maiores motivos de polêmicas em relação ao site e principal discussão envolvendo os vídeos da modelo Kate Upton, a questão da nudez no YouTube não é tão complicada quanto parece. De acordo com as regras da empresa, nudez é sim permitida pelo site, desde que seja transmitida com algum contexto.
Cena do vídeo de Kate Upton (Foto: Reprodução/TechTudo)
Segundo a política do YouTube, este tipo de conteúdo só pode ser publicado desde que tenha algum fundamento científico, educativo, artístico ou que tenha algum objetivo documental. Além disso, na hora de fazer o upload de algum vídeo, o responsável pela publicação deve classificá-lo, de modo a facilitar a administração das postagens por parte do site. Quando essa classificação não acontece, os vídeos são simplesmente restritos para maiores de 18 anos, dependendo de seu conteúdo.
Há cenas de sexo no YouTube?
A questão do sexo no YouTube também é polêmica. Apesar de a política do site proibir este tema, é possível acessá-lo desde que você tenha mais de dezoito anos, já que os mesmos são controlados por um sistema de classificação semelhante ao que organiza os conteúdos relacionados à nudez.
Dessa forma, apesar de o próprio YouTube afirmar que todo vídeo deste tipo - ou que faça referência a conteúdos sexuais - é retirado do site, a empresa conta com exceções que permitem a exibição destas imagens, incluindo as de sexo explícito. No entanto, para que sejam postados, precisam respeitar as mesmas regras aplicadas à nudez (conteúdo artístico, educativo, científico ou documentário).
Como funciona a classificação de vídeos
Aplicadas na hora da publicação de um vídeo no YouTube, as classificações são fatores fundamentais para o controle da página em relação ao que vai ao ar. Os conteúdos sem nenhum tipo de nudez ou cenas de sexo – nem mesmo a parcial – são classificados pela cor verde e ficam livres para o acesso de todos os usuários, desde que também sejam permitidos pelas categorias de violência e drogas.
Os classificados com a letra N (nudez) ou S (sexo) e em amarelo podem conter cenas de pessoas com pouca roupa (decotes, roupas íntimas e trajes de banho), mas não podem exibir qualquer nudez rápida ou prolongada, incluindo ainda a parcial. No caso da categoria “sexo”, não podem conter conduta ou conotação sexual.
Já os vídeos classificados com a cor vermelha e o símbolo N+ ou S+ podem apresentar cenas de exposição de nádegas ou seios parcialmente nus. Esta sinalização permite a exibição de cenas de nudez total, desde que se enquadre no requisito básico para tal (o contexto educacional, documentário, científico ou artístico). Para o “sexo”, são enquadrados os vídeos que contam com conteúdo sexual explícito.
Além dessas regras, de acordo com o YouTube, quanto mais descrição um vídeo tiver, mais fácil é classificá-lo e enquadrá-lo nas regras do site.
No entanto, apesar de todas as normas do site, é possível encontrar produções que não se encaixam nesse contexto e que continuam no ar, como um vídeo que exibe o making off de um filme pornô, outro com uma jovem se exibindo diante de uma webcam, um vídeo amador que mostra pessoas se divertindo nuas antes do The Brighton Naked Bike Ride (corrida de bicicleta que acontece em alguns lugares do mundo) e, por último, vemos uma menina que, assim como Kate Upton, aparece vestindo camiseta molhada, deixando à mostra os seios.
Montagem com os vídeos encontrados no YouTube (Foto: Reprodução/TechTudo)
Caso as regras do site fossem levadas em consideração nestes vídeos, nenhum deles poderia permanecer no ar, já que não se encaixam nos contextos permitidos pelo YouTube. Entretanto, ao contrário do segundo vídeo de Upton, estes não foram sequer direcionados à área de privados dos canais aos quais pertencem, apesar de estarem disponíveis somente para maiores de idade – o que não invalida as normas supracitadas.
Ao ser procurado pela redação do TechTudo, o YouTube não explicou o motivo pelo qual tais vídeos ainda estão no ar. No entanto, de acordo com a assessoria da página, as publicações são removidas quando violam as regras anteriormente explicadas. "Os vídeos são retirados do ar pelos motivos citados nas diretrizes do YouTube, ou seja, porque violam esses termos, porque são "flagueados" pela comunidade ou ambos. Não especulamos o porquê do video ter sido retirado, apenas saiu do ar porque violou uma ou todas as regras".
* Colaborou Renan Dayube.
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