Empresa diz que decisão tem objetivo de proteger unidade.
Linha de produção com cerca 1.500 trabalhadores pode ser desativada.
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A unidade da GM (General Motors) emSão José dos Campos dispensou todos os funcionários na madrugada desta terça-feira (24) temendo possíveis mobilizações dentro da unidade. A fábrica amanheceu fechada e isolada. Por volta das 5h, não era permitida a entrada de nenhum trabalhador.
O fechamento ocorre em meio a negociações entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos sobre o destino dos cerca de 1.500 trabalhadores da linha de produção conhecida como MVA (Montagem de Veículos Automotores), que pode ser desativada pela empresa.
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Na manhã desta terça, apenas 300 funcionários foram à porta da fabricante porque, segundo o sindicato, os motoristas dos ônibus da empresa passaram nos pontos entregando um comunicado oficial aos funcionários.
Em nota, a GM informou que decidiu dispensar os trabalhadores - sob licença remunerada - porque temia que a fábrica fosse invadida.
Além da linha de produção da MVA, que produz Corsa Hatch, Meriva e Sedan Classic, a planta da GM em São José tem outras sete linhas de produção - uma para a fabricação da picape S10 e as demais para a produção de motores, cabeçotes e componentes. A unidade tem cerca de 7.500 funcionários.
O sindicato prepara uma nova assembleia para a tarde desta terça. No evento, eles devem discutir com os funcionários a possibilidade de a fábrica demitir os trabalhadores do MVA. Segundo o sindicato, isso pode ocorrer via telegrama no próximo fim de semana. Procurada, a GM não confirmou as demissões.
No comunicado, a empresa informou que "entende que o momento atual é delicado e prefere não expor seus empregados a incitações e provocações comuns em caso de mobilizações internas".
A empresa informou ainda que "recomenda que todos os funcionários permaneçam tranquilos em suas casas ao lado de seus familiares e aguardem novas instruções".
Funcionários
Os funcionários que chegaram a ir para a porta da empresa se disseram preocupados com o futuro da GM. "Está todo mundo apreensivo. Se tiver alguma demissão na GM, muitas empresas terceirizadas como a minha serão afetadas", disse Agnaldo de Araújo Santos, de 31 anos, que trabalha em uma terceirizada da GM.
Os funcionários que chegaram a ir para a porta da empresa se disseram preocupados com o futuro da GM. "Está todo mundo apreensivo. Se tiver alguma demissão na GM, muitas empresas terceirizadas como a minha serão afetadas", disse Agnaldo de Araújo Santos, de 31 anos, que trabalha em uma terceirizada da GM.
Há 18 anos na GM, o empilhadeirista José Monteiro Silva, de 47 anos, disse que o expediente foi normal na segunda-feira (23). "Apesar da tensão que existe, o dia de trabalho foi normal. Ninguém esperava por isso. Fomos todos pegos de surpresa", afirmou.
Um funcionário do 3° turno, que pediu para não ser identificado, conta que a notícia pegou todo mundo de surpresa. "O líder da nossa área reuniu os funcionários por volta das 3h, na hora do nosso lanche. Tinha cerca de 30 pessoas e percebemos que ele estava abatido. Disse que não sabia de nada e só tinha uma ordem para que a fábrica fosse evacuada em 20 minutos", contou.
As reações foram diversas. "Mesmo trabalhando direitinho, a gente sente que está com a corda no pescoço. Vi funcionário que começou a socar a mesa, dizendo que precisa do emprego, outros com olhos marejados. É um clima muito ruim", explicou (veja outro depoimento de um funcionário no vídeo ao lado).
Greve
Na semana passada, os metalúrgicos da GM aprovaram uma greve de 24 horas para tentar impedir os planos da montadora de encerrar as atividades do setor MVA no município.
Na semana passada, os metalúrgicos da GM aprovaram uma greve de 24 horas para tentar impedir os planos da montadora de encerrar as atividades do setor MVA no município.
Foi a segunda mobilização em menos de uma semana. No dia 12, os trabalhadores realizaram uma paralisação de advertência de duas horas e votaram estado de greve.
ReuniãoAntes da decisão da empresa de dispensar os funcionários nesta terça-feira (24), uma reunião para esta quarta-feira (25) já estava marcada para decidir o futuro da planta de São José. O encontro que, segundo a empresa, começa às 11h na Prefeitura de São José dos Campos terá a participação de representantes da empresa, sindicato, prefeitura e do Ministério do Trabalho.
Leia abaixo a nota oficial da empresa:"A GM do Brasil decidiu suspender a produção nesta terça-feira (24/7), no Complexo Industrial de SãoJosé dos Campos, que tem oito fábricas.
A decisão tem como objetivo proteger a integridade física dos colaboradores enquanto continuam as discussões com os representantes sindicais em relação à viabilidade de uma das fábricas do complexo, onde são produzidos Corsa Hatch , Meriva, Zafira e Classic.
Nova reunião com a participação de integrantes do governo, o Sindicato e a GM do Brasil já está marcada para amanhã, dia 25 de julho.
A empresa considerou as fortes evidências - nas últimas horas e dias - de mobilizações internas no complexo e entende que o momento atual é delicado e prefere não expor seus empregados a eventuais incitações e provocações comuns.
Assim, em nome da segurança de todos, a GM concedeu licença remunerada a todos os empregados. A empresa recomenda que todos permaneçam tranquilos em suas casas ao lado de seus familiares e aguardem novas instruções".
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