É crime e golpe, na rua, no telefone e na internet. Conheça histórias de quem topou correr o risco, pagou caro e não viu o que queria.
Eles estão à solta em jogos ou shows e vendendo ingressos também pela internet. Muito cuidado: comprando com cambista, você corre risco, paga caro e, na maioria das vezes, acaba não vendo o que quer.
Nos shows de Bono Vox, Madonna ou Beyoncé, que difícil conseguir ingresso. E os clássicos do futebol? Mas basta digitar um número de telefone e tudo se resolve. É o cambista digital, a salvação do torcedor aflito e do fã ansioso. Os anúncios estão na internet. O primeiro contato é feito por e-mail. Em seguida, vem a negociação por telefone.
Cambista: Para o Eric Clapton, eu tenho dois.
Produtor: Dois? E qual o valor?
Cambista: R$ 400.
Produtor: R$ 400 cada um?
Cambista: É. Mas você consegue comprar por quanto?
Produtor: Consigo comprar por R$ 280. Eu achei um pouquinho puxado R$ 280 para R$ 400.
É dinheiro vivo e muito risco. “Na verdade ele não garante nem a autenticidade ou a não falsificação desse bilhete desse ingresso, afirma Laert Vieira, presidente da comissão do direito do consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Ingresso de cambista pode ser dinheiro jogado no lixo. “Sábado, dia do show, os portões com previsão de abertura às 17h, chegamos às 12h para ser os primeiros da fila. E aí, quando o cara pegou meu ingresso, ele já disse de cara: ‘Olha, seu ingresso é falso’”, relata o técnico em informática Renato Andrade.
Em alguns shows, os cambistas agem livremente. “Quer ingresso? Quer camarote?”, pergunta um deles.
A equipe de reportagem do Bom Dia Brasil gravou durante o show de um grupo de pagode no Rio de Janeiro. “Camarote que é bom, que é tudo liberado”, diz um cambista. Ele conta como consegue ingressos abaixo do preço.
“Pega no primeiro lote, entendeu? A gente trabalha na loja que dá o primeiro lote, há três meses. Mas pode comprar uma grande quantidade assim? Se a gente compra, tem como comprar. Arrumo também qualquer show, qualquer evento”, disse o cambista.
No dia seguinte, houve novo contato com ele por telefone – e a revelação de outra fraude: o uso indevido de carteiras de estudante.
Produtor: Meia entrada?
Cambista: Exato, meia entrada.
Produtor: Meia entrada você vende pelo preço de inteira?
Cambista: A inteira está R$ 900.
Cliente: R$ 900? Então esse preço de R$ 450 é que você comprou meia e vende pelo preço da inteira.
Cambista: Isso, isso.
A lei é suave com os cambistas. “Preso por isso, a própria lei diz que a pena é até dois anos e vai para a cadeia por isso. A pessoa inicialmente é detida, mas depois é liberada”, acrescenta Laert Vieira, presidente da comissão do direito do consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Dois torcedores rivais, dois jogos diferentes e um golpe duplo: com o securitário Max Neto aconteceu na final da Libertadores, em 2008. “Compramos uma a R$ 300 e outro a R$ 180. Na entrada foi verificado que os ingressos eram falsos”, lembra.
“Eu comprei o mesmo preço da bilheteria por o jogo já ter começado. Mas cheguei na bilheteria e o ingresso era falso. Fui na bilheteria e comprei de novo. Paguei duas vezes o mesmo ingresso”, relata o operador de turismo Rodrigo Sperle.
No estádio do Engenhão, no Rio, a equipe de reportagem do Bom Dia confirmou: os cambistas agem sem nenhuma repressão. Um dos cambistas explica de onde vêm aqueles ingressos.
Cambista: Porque o meu é inteira cara, o meu é cortesia, entra direto
Produtor: Mas não tem que apresentar documento, não?
Cambista: Não, se é cortesia... Quando é cortesia não precisa de documento.
A polícia está a poucos metros de onde agem os cambistas. Novamente pegamos o número de telefone e uma nova revelação: os ingressos que os cambistas vendem são aqueles que os clubes destinam à torcida organizada.
Cambista: Eu trabalho com inteira. O ingresso é da torcida.
Produtor: Ah, da torcida?
Cambista: É, mas é inteira.
Produtor: Você consegue mais?
Cambista: Quantos quiser.
A origem da força dos cambistas não é uma só. Primeiro, o crescimento econômico do Brasil e o poder de compra da nossa moeda, que atrai astros internacionais. E ainda vamos ter a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Portanto, vale o conselho. “Definitivamente não aconselho mesmo. Vai ter dor de cabeça”, disse o técnico em informática Renato Andrade. Para quem já foi tapeado. “Não compraria de novo. Com cambista, nem dado”, disse Renato.
fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/10/cambistas-agem-livremente-em-eventos-de-esporte-ou-musica.html
Nos shows de Bono Vox, Madonna ou Beyoncé, que difícil conseguir ingresso. E os clássicos do futebol? Mas basta digitar um número de telefone e tudo se resolve. É o cambista digital, a salvação do torcedor aflito e do fã ansioso. Os anúncios estão na internet. O primeiro contato é feito por e-mail. Em seguida, vem a negociação por telefone.
Cambista: Para o Eric Clapton, eu tenho dois.
Produtor: Dois? E qual o valor?
Cambista: R$ 400.
Produtor: R$ 400 cada um?
Cambista: É. Mas você consegue comprar por quanto?
Produtor: Consigo comprar por R$ 280. Eu achei um pouquinho puxado R$ 280 para R$ 400.
É dinheiro vivo e muito risco. “Na verdade ele não garante nem a autenticidade ou a não falsificação desse bilhete desse ingresso, afirma Laert Vieira, presidente da comissão do direito do consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Ingresso de cambista pode ser dinheiro jogado no lixo. “Sábado, dia do show, os portões com previsão de abertura às 17h, chegamos às 12h para ser os primeiros da fila. E aí, quando o cara pegou meu ingresso, ele já disse de cara: ‘Olha, seu ingresso é falso’”, relata o técnico em informática Renato Andrade.
Em alguns shows, os cambistas agem livremente. “Quer ingresso? Quer camarote?”, pergunta um deles.
A equipe de reportagem do Bom Dia Brasil gravou durante o show de um grupo de pagode no Rio de Janeiro. “Camarote que é bom, que é tudo liberado”, diz um cambista. Ele conta como consegue ingressos abaixo do preço.
“Pega no primeiro lote, entendeu? A gente trabalha na loja que dá o primeiro lote, há três meses. Mas pode comprar uma grande quantidade assim? Se a gente compra, tem como comprar. Arrumo também qualquer show, qualquer evento”, disse o cambista.
No dia seguinte, houve novo contato com ele por telefone – e a revelação de outra fraude: o uso indevido de carteiras de estudante.
Produtor: Meia entrada?
Cambista: Exato, meia entrada.
Produtor: Meia entrada você vende pelo preço de inteira?
Cambista: A inteira está R$ 900.
Cliente: R$ 900? Então esse preço de R$ 450 é que você comprou meia e vende pelo preço da inteira.
Cambista: Isso, isso.
A lei é suave com os cambistas. “Preso por isso, a própria lei diz que a pena é até dois anos e vai para a cadeia por isso. A pessoa inicialmente é detida, mas depois é liberada”, acrescenta Laert Vieira, presidente da comissão do direito do consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Dois torcedores rivais, dois jogos diferentes e um golpe duplo: com o securitário Max Neto aconteceu na final da Libertadores, em 2008. “Compramos uma a R$ 300 e outro a R$ 180. Na entrada foi verificado que os ingressos eram falsos”, lembra.
“Eu comprei o mesmo preço da bilheteria por o jogo já ter começado. Mas cheguei na bilheteria e o ingresso era falso. Fui na bilheteria e comprei de novo. Paguei duas vezes o mesmo ingresso”, relata o operador de turismo Rodrigo Sperle.
No estádio do Engenhão, no Rio, a equipe de reportagem do Bom Dia confirmou: os cambistas agem sem nenhuma repressão. Um dos cambistas explica de onde vêm aqueles ingressos.
Cambista: Porque o meu é inteira cara, o meu é cortesia, entra direto
Produtor: Mas não tem que apresentar documento, não?
Cambista: Não, se é cortesia... Quando é cortesia não precisa de documento.
A polícia está a poucos metros de onde agem os cambistas. Novamente pegamos o número de telefone e uma nova revelação: os ingressos que os cambistas vendem são aqueles que os clubes destinam à torcida organizada.
Cambista: Eu trabalho com inteira. O ingresso é da torcida.
Produtor: Ah, da torcida?
Cambista: É, mas é inteira.
Produtor: Você consegue mais?
Cambista: Quantos quiser.
A origem da força dos cambistas não é uma só. Primeiro, o crescimento econômico do Brasil e o poder de compra da nossa moeda, que atrai astros internacionais. E ainda vamos ter a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Portanto, vale o conselho. “Definitivamente não aconselho mesmo. Vai ter dor de cabeça”, disse o técnico em informática Renato Andrade. Para quem já foi tapeado. “Não compraria de novo. Com cambista, nem dado”, disse Renato.
fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/10/cambistas-agem-livremente-em-eventos-de-esporte-ou-musica.html
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