Moradores do Jardim Paraíso, em Rio Preto, sofrem com a criminalidade.
Levantamento da TV TEM apontou 37 pontos de prostituição.
Uma operação conjunta da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e a Polícia Militar durante a madrugada desta quinta-feira (13) terminou com a prisão de 11 suspeitos por envolvimento com tráfico de drogas e exploração de prostituição no Jardim Paraíso, em São José do Rio Preto (SP).
A ação foi realizada após reportagens da TV TEM que mostraram a situação do bairro, que está dominado pela prostituição. Além das prisões, três casas de prostituição também foram fechadas durante a operação. Dos detidos, dois são adolescentes, que foram flagrados praticando o tráfico de drogas.
saiba mais
Fiscalização
Um levantamento feito pela prefeitura apontou que muitas casas funcionam irregularmente e sem alvará como pontos comerciais no Jardim Paraíso. Segundo a própria prefeitura, de 25 locais, como bares e outros estabelecimentos, que foram fiscalizados na semana passada, apenas dois estão regularizados.
Um levantamento feito pela prefeitura apontou que muitas casas funcionam irregularmente e sem alvará como pontos comerciais no Jardim Paraíso. Segundo a própria prefeitura, de 25 locais, como bares e outros estabelecimentos, que foram fiscalizados na semana passada, apenas dois estão regularizados.
Todos os outros foram notificados e vão ter que providenciar a documentação necessária. Os comerciantes têm até 60 dias para providenciar o alvará e, se isso não ocorrer, os locais podem ser lacrados. O documento dura um ano e só permite o comércio de mercadorias legais, como bebidas.
A equipe da TV TEM fez um levantamento no bairro e apontou 37 locais de prostituição, quatro pontos de tráfico, sete motéis e duas boates de exploração sexual. Um dos vários motéis que funciona no bairro tem autorização para funcionar porque foi aberto antes da aprovação de uma lei que proíbe motéis na área urbana de Rio Preto. Todos os outros não têm licença e deveriam estar lacrados.
Como os alvarás de bares e boates duram um ano, a fiscalização por parte prefeitura deveria ser feita também nesse prazo, mas ninguém no Executivo soube informar quais locais tinham a licença, por exemplo, no ano passado. Na frente dos moradores, na porta desses bares ou do lado de dentro, tudo e qualquer coisa acontece, mesmo que fora da lei.
Na tarde desta quarta-feira (12), a movimentação de carros e motos era intensa. A rotina no bairro segue no mesmo ritmo. Nas portas das casas, dos motéis, nas ruas, quem faz programa se exibe sem nenhum constrangimento. Isso enquanto o carro da Polícia Militar circula pelo bairro.
Para o promotor de Justiça José Heitor dos Santos, o que ocorre no local há mais de duas décadas é de conhecimento de todas as autoridades. Ele diz que já esteve no bairro várias vezes colhendo informações que foram encaminhadas à Polícia Civil. “A Polícia Civil vem atuando, mas é preciso avançar nas investigações para combater a causa e fechar os estabelecimentos e prender as pessoas que exploram a prostituição”, afirma o promotor.
O delegado do Deinter Raymundo Cortizo Sobrinho afirma que a Polícia Civil vem fazendo seu papel dentro do bairro. “Sabemos que os órgãos têm pouca articulação, lamentavelmente. Infelizmente é assim, cada um cuida do seu pedaço, é cultural isso no Brasil. Mas sentar na mesma mesa e solucionar não. O órgão público que mais tem atuado na região é a Polícia Civil e temos como comprovar com o número de prisões”, diz o delegado do Deinter Raymundo Cortizo Sobrinho.
Creches
Outra situação grave que acontece no Jardim Paraíso é a convivência das crianças que moram no bairro e nas redondezas com a oferta, aberta e livre, de drogas e sexo.
Outra situação grave que acontece no Jardim Paraíso é a convivência das crianças que moram no bairro e nas redondezas com a oferta, aberta e livre, de drogas e sexo.
O bairro tem uma creche que atende crianças do Jardim Paraíso e das redondezas, onde vivem cerca de duas mil famílias. No caminho de ida e volta para a creche, elas passam ao lado de travestis, garotas de programa e do tráfico de drogas. Dentro da creche, mais de 500 crianças são atendidas em programas sociais.
O bairro
O Jardim Paraíso, onde moram mais de duas mil famílias, foi dominado pela prostituição e pelo tráfico de drogas nas últimas décadas. Prostitutas e travestis seminus desfilam pelas ruas, às vezes em plena luz do dia. Em uma barraca, drogas são vendidas como se fossem doces.
O Jardim Paraíso, onde moram mais de duas mil famílias, foi dominado pela prostituição e pelo tráfico de drogas nas últimas décadas. Prostitutas e travestis seminus desfilam pelas ruas, às vezes em plena luz do dia. Em uma barraca, drogas são vendidas como se fossem doces.
A equipe da TV TEM passou um mês no bairro, tempo suficiente para mostrar o que ocorre nas ruas. Quem comanda o esquema de prostituição e tráfico, segundo as próprias garotas de programa, é um travesti conhecido como Piauí.
A facilidade para conseguir drogas e sexo pago é tanta que quem não faz parte do esquema é que tem de se identificar. As famílias que moram no local colocam em frente das casas um cartaz com os dizeres "casa de família". Muitas ainda sofrem com o som alto das boates à noite.
Nenhum comentário:
Postar um comentário