Quase todos os 71 mil moradores fugiram depois do acidente nuclear na Usina de Fukushima, em março, provocado pelo tsunami que se seguiu a um terremoto.
Um ponto do planeta que esteve no centro das atenções há quase sete meses voltou nesta sexta-feira (30) ao noticiário internacional. Em março, quando a usina nuclear em Fukushima foi atingida por um tsunami, 70 mil japoneses tiveram que sair de casa.
Mas, agora, o governo suspendeu as restrições em cidades a mais de 20 quilômetros da usina e, nesta sexta, o correspondente Roberto Kovalick acompanhou a volta para casa de alguns daqueles moradores.
As lojas, na maioria, fechadas. Casas abandonadas. Mas, aos poucos, Minamisoma deixa de ser uma cidade-fantasma. Quase todos os 71 mil moradores fugiram depois do acidente nuclear na Usina de Fukushima, em março, provocado pelo tsunami que se seguiu a um terremoto.
Na época, o governo japonês proibiu a permanência em um raio de 20 quilômetros em volta da usina e recomendou que ninguém entrasse em uma faixa entre 20 e 30 quilômetros, principalmente grávidas e crianças.
É exatamente esse perímetro liberado nesta sexta e onde fica Minamisoma, uma cidade habitada agora principalmente por idosos. Muitos deles estão sozinhos. De um grupo, três levantaram estavam em abrigos.
Uma senhora contou que os filhos não quiseram voltar. Disse que não tem medo porque os efeitos da radiação só aparecem em 10 ou 20 anos e ela já tem 74.
A dona da livraria voltou pouco tempo depois do acidente nuclear, desafiando a recomendação do governo, mas conta que raramente aparecem clientes. Quem sabe, agora o movimento melhore.
Segundo o governo japonês, a radiação caiu e a cidade já é habitável. Nas ruas, a radiação está um pouco acima da encontrada em Tóquio, por exemplo, mas muito abaixo do que representaria risco. O problema ainda é a contaminação do solo e das escolas.
Os operários rasparam cinco centímetros de todo o pátio da escola e juntaram a areia contaminada em um monte. As autoridades asseguram não há perigo para um adulto, ainda mais se ficar pouco tempo no local. Mas uma criança, se tiver contato diário com a areia, todos os dias, corre o risco de desenvolver doenças como câncer a longo prazo.
Por precaução, os operários usam máscaras, luvas e mangas compridas. A liberação permite a volta de quase 30 mil pessoas, mas os moradores foram orientados a permanecer o máximo possível dentro de casa e devem ficar preparados para fugir a qualquer momento.
As pessoas que moravam mais perto da usina, dentro do raio de 20 quilômetros, ainda estão em abrigos ou casas temporárias. “Morava tão perto que ouvi a explosão”, conta uma mulher.
“Tudo o que eu queria era voltar para minha casa”, disse esta outra, sem saber se um dia isso vai acontecer.
fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/09/moradores-de-area-perto-de-fukushima-sao-autorizados-voltar.html
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