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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Lei que manda comércio cuidar do lixo causa polêmica em São Paulo

 

Bares ou restaurantes que produzirem mais de 200 litros de lixo por dia são obrigados por lei a contratar um serviço de coleta particular.



Uma lei em São Paulo, que obriga o comércio a cuidar do lixo que produz, está dando a maior polêmica. Quem não cumpre a lei pode ter o estabelecimento fechado. Foi o que aconteceu com um mercado na Zona Sul de São Paulo.
Os estabelecimentos comerciais que geram um grande volume de lixo são obrigados a contratar uma empresa de limpeza para fazer a coleta. Mas, pelo que se vê pelas ruas, essa lei está longe de ser cumprida.
Quando bares, restaurantes, lojas e escritórios fecham, a sujeira acumulada em um dia inteiro de trabalho costuma ser deixada na calçada. Mas na capital paulista, quem produz mais de 200 litros de lixo por dia é obrigado por lei a contratar um serviço de coleta particular. O comerciante que desrespeitar a lei pode pagar multa de R$ 1.059.
“Ele terá seu comércio fechado por cinco dias. Se não fizer seu cadastramento para a coleta particular, são 15 dias de suspensão das atividades. Se, mesmo assim, insistir em sujar a cidade, ele terá sua licença de funcionamento revogada, cassada e não poderá mais funcionar na cidade”, afirmou o secretário municipal de Serviços, Dráusio Barreto.
Basta andar por São Paulo para ver que a lei não vem sendo cumprida. Para punir os empresários, existe uma dificuldade. Pelas contas da prefeitura, são 700 pessoas para fiscalizar 80 mil prédios e estabelecimentos comerciais.
“É muito importante que a prefeitura realmente torne efetivo esse processo de fiscalização do estabelecimento, com uma parte até mesmo de sensibilização e conscientização dos proprietários da necessidade de cumprimento dessa lei, mas também que ela adote outros procedimentos para garantir que o estabelecimento faça sua parte contratando o serviço”, declara Carlos Silva Filho, diretor executivo da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
Segundo a prefeitura, um supermercado, multado 17 vezes, foi fechado na última terça-feira (9). Alegou que não produz a quantidade de lixo prevista em lei e, por isso, não há motivo para contratar uma empresa de coleta. O supermercado conseguiu uma liminar e na quinta-feira (11) estava aberto.
Já Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em São Paulo (Abrasel-SP), que reúne os donos de bares e restaurantes, diz que a lei serve de estímulo para os empresários produzirem menos lixo, mas não concorda com a nova despesa.
“É mais uma transferência de custo de obrigação para o contribuinte. Uma lei desse tipo deveria ser seguida de uma redução de tributos, porque isso já era uma função da prefeitura. O contribuinte já pagava a prefeitura para desenvolver essa função”, defende Percival Maricato, diretor jurídico da Abrasel-SP.
O sócio de um restaurante, Dorival Carlos Ceconello, contratou uma empresa para recolher o lixo e gasta R$ 350 por mês. “É um custo a mais que no final acaba repassando para o consumidor”, diz.
“A lei prevê que quem gera lixo, que não seja a população residente e que não seja o lixo domiciliar, tem de dar destino a isso. A indústria dá destino ao resíduo que gera, o setor agroindustrial dá destino ao lixo que gera, e o comércio tem de dar destino ao lixo que gera. Não pode jogar na rua”, afirma o secretário municipal de Serviços, Dráusio Barreto.
De acordo com a prefeitura, de janeiro a julho deste ano, foram aplicadas mais de 900 multas a estabelecimentos que desrespeitaram a lei. O lixo é um dos maiores problemas ambientais do mundo moderno, tanto quanto a poluição do ar.

fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/08/lei-que-manda-comercio-cuidar-do-lixo-causa-polemica-em-sao-paulo.html

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