O pedestre não é mais importante que o carro, como vigora em país adiantado. Isso não importa muito no país em que as leis pouco importam.
Em Brasília, é comum: os motoristas não estacionam. Eles param e botam os carros em qualquer lugar. É uma questão de cidadania. Estacionar o veículo sobre a calçada ou área verde é infração grave, punida com multa e com remoção do veículo.
Mas isso não importa muito no país em que as leis pouco importam. Na fraqueza das leis, viceja essa cultura da invasão impune e gratificada do que é público e do que é privado.
Quem pede licença, quem compra, quem paga imposto, quem fica dentro da lei se sente enganado. A ocupação é justificada com “Eu preciso para trabalhar”, como diz um comerciante que ocupa ilegalmente o lugar para expor veículos à venda.
Nem na capital do país, na cara das autoridades maiores, na cidade planejada, que é patrimônio cultural da humanidade, sobrevivem leis que servem – ou serviriam – para organizar as cidades para que todos vivam bem.
Aliás, Brasília é o exemplo: “A gente invade, se estabelece, depois o governo legaliza”. Na vigência do atraso, gente vale menos que coisa. O pedestre não é mais importante que o carro, como vigora em país adiantado.
Já que tudo é Copa; que Copa é pretexto para se falar em mudanças e em melhorias, é bom lembrar que existe o perigo de o torcedor que vem de um país organizado se assustar com tudo isso e depois ficar contando no país dele. E aí cai mais o turismo no Brasil, de tanta beleza natural estragada por tanta desorganização urbana.
fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/08/alexandre-garcia-impera-cultura-de-invadir-o-que-e-publico-e-privado.html
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