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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Médicos do RS recebem ajuda pela internet para tratar queimados



Equipes de Miami, do Canadá e até de Israel contaram histórias de como se organizaram para atender vítimas de grandes catástrofes.

O número de vítimas internadas subiu. São pessoas que estavam na boate e sofrem com os efeitos da fumaça tóxica. Agora, o maior desafio é a recuperação dos feridos. Muitos em estado gravíssimo.
Na quarta-feira (30), médicos gaúchos fizeram uma teleconferência com especialistas de várias partes do mundo, para trocar experiências.
O marceneiro José Carlos Ravanello conta as horas e os dias, cheio de esperança. Ele está em Porto Alegre desde domingo. A filha Renata, de 25 anos foi internada em estado grave. “É difícil, mas ela está melhorando. Ela vai sair dessa, eu vou levar ela para casa”, diz o marceneiro.
Renata Ravanello sofreu queimaduras em várias partes do corpo, mas o que realmente preocupa os especialistas neste momento são as lesões internas. A maioria das vítimas sofreu queimaduras nas vias aéreas e no pulmão. A recuperação é lenta e difícil.
Por isso, especialistas do Rio Grande do Sul e do mundo inteiro participam de uma teleconferência para discutir formas de tratamento de grandes queimados. Equipes de Miami, do Canadá e até de Israel contaram histórias de como se organizaram para atender vítimas de grandes catástrofes.
“Esta troca de experiências está sendo importante para nos mostrar que nós temos ainda muito a aprender em termos de catástrofes, de uma organização melhor para as catástrofes”, afirma Cintia Aguiar Ribeiro, médico intensivista.
Algumas dúvidas sobre procedimentos, como a lavagem das vias aéreas e retirada de fuligem dos pulmões, também foram discutidas. “Na literatura não existe até hoje um número definido, quantas vezes se faz, de que forma se faz, com que frequência se faz”, ressalta Márcio Rodrigues, médico.
As vítimas do incêndio que tiveram complicações respiratórias ainda têm um longo caminho pela frente. As internações em UTI podem chegar a dois meses.

fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/01/medicos-do-rs-recebem-ajuda-pela-internet-para-tratar-queimados.html

Aumenta o número de denúncias de locais irregulares no Rio de Janeiro



Nos últimos dias, o serviço recebeu mais de 100 denúncias de risco de incêndio em teatros, casas de festas e boates, principalmente.

Depois da tragédia na boate Kiss, em Santa Maria, os frequentadores ficaram mais atentos com relação à segurança das casas noturnas. E cada um pode ajudar na fiscalização desses locais denunciando quem desrespeita as normas. E isso já está acontecendo.
O assunto segurança já preocupa os frequentadores da noite carioca: “Eu nunca prestei atenção. No domingo, quando eu vi, eu prestei atenção e pensei que se eu tivesse lá seria uma vítima. A partir de agora é a primeira coisa que eu vou procurar localizar dentro do ambiente”, afirma um rapaz.
O medo fez aumentar também o número de telefonemas para o Disque-Denúncia, ligado à Secretaria de Segurança do Rio. Nos últimos dias, o  serviço recebeu mais de 100 denúncias de risco de incêndio em teatros, casas de festas e boates, principalmente, no Rio de Janeiro.
“As pessoas estão preocupadas e trazendo reclamações até detalhadas sobre determinadas casas de espetáculos, até condomínios, clubes e supermercados”, afirma Zeca Borges, coordenador do Disque-Denúncia.
A mobilização para evitar incêndios se espalha por outras cidades do país. Em Belém, mais de 20 boates foram vistoriadas pelos bombeiros nessa terça-feira. A falta de sinalização das saídas de emergência era um dos principais problemas.
Em Salvador, a prefeitura fez a fiscalização de várias casas noturnas. Uma borracharia que funciona à noite como boate foi interditada porque não tem alvará nem condições de oferecer segurança aos clientes, segundo os fiscais.
No Rio, a Assessoria de Imprensa do Corpo de Bombeiros informa que há 200 agentes para fiscalizar estabelecimentos no estado, e que por enquanto não pretende aumentar esse efetivo.
O gerente de uma casa de samba diz que os bombeiros e a prefeitura têm cumprido seu papel: “De três em três meses sempre tem fiscalização”, afirma Alisson Alves.
Os especialistas recomendam que os estabelecimentos adotem medidas de seguranças que podem ser observadas por quem frequenta lugares fechados, com grande número de pessoas.
- Se há detectores de fumaça e variação brusca de temperatura;
- Sinalização das saídas de emergência;
- Dispositivos antifogo no teto;
- Extintores e hidrantes;
- Rotas de fuga sinalizadas;
- Portas sem fechaduras que abram para fora.
“Tem casa de show e teatro que as saídas são muito pequenas. É complicado, uma coisa para pensar”, diz uma frequentadora.

Sonhando com casa própria, homem acha R$ 12 mil e leva à polícia do DF



Dinheiro foi encontrado embrulhado para presente no quintal da casa dele.
Perícia confirmou que cédulas são verdadeiras; delegacia vai rastreá-las.

Raquel MoraisDo G1 DF
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Motorista do Ministério da Defesa, José Evandro Belarmino de Farias se assustou quando o filho adotivo apareceu com R$ 12 mil embrulhados em papel de presente. O dinheiro foi encontrado dentro do quintal da casa da família, no Cruzeiro Velho, no início da tarde da última terça-feira (29). Mesmo afirmando que a quantia poderia ajudá-lo a quitar dívidas, o homem de 67 anos decidiu entregá-la à delegacia.
“Não tinha porque ficar com ele, esse dinheiro não é meu”, explica. “Eu ainda não sei como veio parar aqui, não sei se seria um presente para mim ou qualquer outra coisa, mas achei que o certo era entregar para a polícia. Não quis nem mexer.”
A vontade de fazer a coisa certa superou até os pedidos do adolescente, de 13 anos, para comprar um computador e o desejo de trocar o carro da família, que tem 14 anos e está avaliado em R$ 8 mil. Com a quantia, Farias acha que também seria possível pagar as dívidas do cartão de crédito e pensar em uma nova casa. O imóvel onde ele, a mulher e o filho vivem é funcional e foi cedido pelo ministério enquanto ele estiver trabalhando.
"Daqui a dois anos eu vou me aposentar. Não temos para onde ir. Isso é o que mais me preocupa no momento. Se esse dinheiro me ajudaria? Com certeza. Mas eu não posso contar com uma quantia que não é minha, não é mesmo?", questiona.
Motorista do Ministério da Defesa, José Evandro Belarmino de Farias mostra lugar onde pacote com R$ 12 mil foi encontrado (Foto: Raquel Morais/G1)Motorista do Ministério da Defesa, José Evandro Belarmino de Farias mostra lugar onde pacote com R$ 12 mil foi encontrado (Foto: Raquel Morais/G1)
Em Brasília desde 1973, depois de passar cinco dias em um caminhão pau de arara, o motorista conta que deixou o interior do Piauí com a ex-mulher e o primeiro filho para "fugir das necessidades". Ele terminou o ensino médio no Distrito Federal, mas não conseguiu ingressar na faculdade de engenharia.
Não tinha porque ficar com ele, esse dinheiro não é meu"
José Farias, motorista do DF que devolveu R$ 12 mil encontrados no quintal de casa
"Era o que eu queria, mas não tinha como. Precisava trabalhar. Tivemos cinco filhos, então não tinha opção", disse. "Aqui eu já fiz de tudo: taxista, estoquista, trabalhei em almoxarifado. Aí veio a oportunidade no ministério e eu passei."
O salário, que chega a  R$ 3 mil com as gratificações, é usado na compra de remédios para ele e a atual mulher, que é dona de casa, na mensalidade da escola do filho e na manutenção da residência. O imóvel tem três quartos, dois banheiros, sala, cozinha, quintal e garagem.
Segundo Farias, muitos vizinhos condenaram a atitude dele. “Eles disseram que se tivesse caído na casa deles, eles iriam aproveitar. Mas eu não vejo nada demais no que fiz, não me vejo como um herói. É o que qualquer pessoa deveria ter feito", afirma.
Investigação
De acordo com o motorista, o embrulho foi achado entre as plantas do quintal da casa, a cerca de cinco metros do portão. Ele acredita que alguém tenha arremessado o pacote.
O delegado Mário Henrique Garcia Jorge informou que as células foram periciadas e são verdadeiras. “Agora vamos apurar, verificar a origem, tentar descobrir em que situações esse dinheiro chegou lá.”
Uma das alternativas, apontou o delegado, é tentar rastrear onde e por quem as notas foram sacadas. No pacote havia 100 cédulas de R$ 20 e 200 cédulas de R$ 50. O caso está sendo apurado pela 3ª Delegacia de Polícia.


fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/01/sonhando-com-casa-propria-homem-acha-r-12-mil-e-leva-policia-do-df.html

Vendedor diz que banda comprou fogos impróprios para usar em boate



Reportagem do Jornal Nacional foi até loja onde sinalizador foi comprado. 
Comerciante disse que produtor de banda comprou mais barato por opção.

Do G1, com informações do Jornal Nacional
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O vendedor da loja que vendeu fogos de artifício à banda Gurizada Fandangueira, usados no dia do incêndio que deixou 235 mortos na boate Kiss, em Santa Maria(RS), afirmou que o produtor da banda optou por um tipo de fogos proibido para locais fechados, por serem mais baratos.
Segundo reportagem do Jornal Nacional, o funcionário afirma ter alertado ao produtor que não deveria usar os fogos. “Ele sempre levava só o sputnik. Nesse dia, ele decidiu levar chuva de prata para testar”, contou o vendedor. (Assista no vídeo ao lado)
O vendedor diz que estava na loja no dia em que o produtor foi comprar o material para ser usado na Kiss, no dia 25 de janeiro. “Várias vezes a gente dizia para ele, ‘bah, tu tá usando na parte interna’. Ele dizia: ‘mas eu sei como eu tô usando, tô usando com segurança, eu tenho o curso’. Disso de ele ter o curso é pior ainda. Se tem o curso, ele sabia que não podia usar, né?”
Questionado sobre se ofereceu fogos apropriados, o vendedor diz: “Sim. Esse custa R$ 75. Ofereceu um preço a R$ 50. Mais barato. Ele não quis porque era muito caro.”
Nesta terça (29), o delegado regional de Santa Maria, Marcelo Arigony, afirmou que a banda utilizou um sinalizador mais barato, próprio para ambientes abertos.
"Eles compraram um sinalizador de pirotecnia mais barato, que sabiam que era exclusivamente para ambientes abertos, porque falaram que era mais barato. O sinalizador para ambiente aberto custava R$ 2,50 a unidade e, para ambiente fechado, R$ 70. Eles sabiam disso, usaram este modelo para economizar. Usaram o equipamento para ambiente aberto porque era mais barato”, disse o delegado.
Marcelo Santos, que é vocalista da banda Gurizada Fandangueira, admitiu à polícia que segurou um sinalizador aceso durante o show na boate Kiss. O músico negou, no entanto, que as faíscas do artefato tenham provocado o incêndio e disse que já havia manipulado esse tipo de sinalizador por diversas vezes em outras apresentações.
Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, deixou 235 mortos na madrugada do último domingo (27). O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco. De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e das informações divulgadas até o momento por investigadores, é possível afirmar que:
- O vocalista  segurou um artefato pirotécnico aceso.
- Era comum a utilização de fogos pelo grupo.
- A banda comprou um sinalizador proibido.
- O extintor de incêndio não funcionou.
- Havia mais público do que a capacidade.
- A boate tinha apenas um acesso para a rua.
- O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.
- Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.
-  90% das vítimas tiveram asfixia mecânica.
Equipamentos de gravação estavam no conserto.
Prisões
Quatro pessoas foram presas na segunda por conta do incêndio: o dono da boate, Elissandro Calegaro Spohr; o sócio, Mauro Hofffmann; o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo Santos; e um funcionário do grupo, Luciano Augusto Bonilha Leão, responsável pela segurança e outros serviços.
Investigação
O delegado Marcos Vianna, responsável pelo inquérito do incêndio na boate Kiss, disse ao G1 na terça-feira (29) que uma soma de quatro fatores contribuiu para a tragédia ter acabado com tantos mortos: 1) o fato de a boate ter só uma saída e a porta ser de tamanho reduzido; 2) o uso de um artefato sinalizador em um local fechado; 3) o excesso de pessoas no local; e 4) a espuma usada no revestimento, que pode não ter sido a mais indicada e ter influenciado na formação de gás tóxico.
O delegado regional de Santa Maria, Marcelo Arigony, afirmou também na terça que a Polícia Civil tem "diversos indicativos" de que a boate estava irregular e não podia estar funcionando. "Se a boate estivesse regular, não teria havido quase 240 mortes", disse em entrevista. "Mas isso ainda é preliminar e precisa ser corroborado pelos depoimentos das testemunhas e os laudos periciais", completou.
Arigony disse ainda que a banda Gurizada Fandangueira utilizou um sinalizador mais barato, próprio para ambientes abertos e que não deveria ser usado durante show em local fechado. "O sinalizador para ambiente aberto custava R$ 2,50 a unidade e, para ambiente fechado, R$ 70. Eles sabiam disso, usaram este modelo para economizar. Usaram o equipamento para ambiente aberto porque era mais barato”, disse o delegado.
O vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo Santos, admitiu em seu depoimento à Polícia Civil que segurou um sinalizador aceso durante o show, de acordo com o promotor criminal Joel Oliveira Dutra. O músico disse, no entanto, que não acredita que as faíscas do artefato tenham provocado o incêndio. Ele afirmou que já havia manipulado esse tipo de artefato por diversas vezes em outras apresentações.
Responsabilidades
A boate Kiss desrespeitou pelo menos dois artigos de leis estadual e municipal no que diz respeito ao plano de prevenção contra incêndio. Tanto a legislação do Rio Grande do Sul quanto a de Santa Maria listam exigências não cumpridas pela casa noturna, como a instalação de uma segunda porta, de emergência. A boate situada na Rua dos Andradas tinha apenas uma, por onde o público entrava e saía. Outra medida que não foi cumprida na estrutura da boate diz respeito ao tipo de revestimento utilizado como isolamento acústico.
A Brigada Militar informou nesta quarta que a boate não estava em desacordo com normas de prevenção contra incêndios em relação ao número de saídas. Segundo interpretação da lei, o local atendia as normas ao possuir duas saídas no salão principal. Mas as portas, no entanto, não davam para a rua, e sim para um hall. Este sim dava para a rua através de uma só porta. "Foi um ato possível que o engenheiro conseguiu colocar", disse o tenente coronel Adriano Krukoski, comandante do Corpo de Bombeiros de Porto Alegre.
Jader Marques, advogado de Elissandro Spohr, um dos sócios da boate, disse que a casa noturna estava em "plenas condições" de receber a festa. Ele falou sobre documentação da casa, segurança, lotação, e disse que a banda Gurizada Fandangueira não avisou que usaria sinalizadores naquela noite. O advogado ainda afirmou que o Ministério Público vistoriou o local "diversas vezes".
A Prefeitura de Santa Maria se eximiu de responsabilidade pelo incêndio e entregou alvará para a polícia que mostra data de validade de inspeção para prevenção de incêndio, feita pelo Corpo de Bombeiros. A prefeitura afirma que a sua responsabilidade era apenas sobre o alvará de localização, que é válido com a vistoria do ano corrente. O documento informa que a vistoria foi feita em 19 de abril de 2012.
O chefe do Estado Maior do 4º Comando Regional do Corpo de Bombeiros, major Gerson Pereira, disse na quarta que a casa noturna tinha todas as exigências estabelecidas pela lei vigente no Brasil. "Quem falhou, que assuma a sua responsabilidade. Nós fizemos tudo o que estava ao nosso alcance e não vou entrar em jogo de empurra-empurra", afirmou.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul abriu um inquérito civil na terça para investigar a possibilidade de improbidade administrativa por parte de integrantes da Prefeitura de Santa Maria, do Corpo de Bombeiros e de outros órgãos públicos por terem permitido que a boate Kiss continuasse funcionando mesmo com as licenças de operação e sanitária vencidas.
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Infográfico: tragédia de Santa Maria - 29/01 (Foto: Editoria de Arte/G1)

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fonte: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2013/01/vendedor-diz-que-banda-comprou-fogos-improprios-para-usar-em-boate.html

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Segurança diz que questionou a falta de saídas de emergência na Kiss



Ele afirmou que durante o tempo que trabalhou na casa jamais recebeu treinamento para prevenir incêndios. A Justiça bloqueou os bens dos donos da boate Kiss.

Giovani GrizottiSanta Maria, RS
Na segunda-feira (28) à noite, a Justiça bloqueou os bens dos donos da boate Kiss. A polícia busca, em outras casas noturnas que também são desses empresários, pistas que possam ajudar nas investigações da tragédia.
O segurança trabalhou pouco mais de um ano na boate Kiss, em Santa Maria. Ele afirma que durante todo este período jamais recebeu treinamento para prevenir incêndios e que não existem saídas de emergência adequadas na casa.
“Para nós que éramos seguranças, que estávamos para segurar a integridade física de todos, nunca foi apresentado nada”, conta.
Ele afirma também que chegou a questionar os chefes sobre o que chama de deficiências de segurança da boate. “Pedi para ele me mostrar, me passar as saídas de emergência. Ele me disse que a saída de emergência era a porta de entrada. E eu perguntei para ele onde eram as janelas, os exaustores. Ele disse que não tinha. Eu ainda perguntei para ele como que ele conseguiu fazer para conseguir o alvará? E ele pediu para que eu cuidasse das brigas que do resto cuidava ele”, lembra.
Nesta segunda-feira (28), a Justiça decretou o bloqueio dos bens de quatro sócios da casa noturna. “Garantir, no futuro, que essas famílias e as vítimas não-fatais possam ser ressarcidos. Obviamente a dor não se tem como reparar. Mas indenizar moralmente e materialmente os danos que sofreram essas pessoas”, afirma o defensor público João Otávio Carmona Paz.
Um dos sócios da boate se apresentou na polícia depois de ter a prisão temporária decretada. Mauro Hoffmann prestou depoimento na delegacia e foi encaminhado ao presídio. Duas casas noturnas que seriam dele foram alvo de buscas no começo da noite, mas nada foi encontrado que pudesse auxiliar nas investigações.
Outro sócio, Elissandro Spohr, também teve prisão decretada e está sob custódia em um hospital de Cruz Alta, no norte gaúcho. Ele está internado para tratar uma intoxicação causada pela fumaça do incêndio.
“É melhor respeitar a situação clínica e física dele, deixar passar um pouco, para que ele tenha uma condição psíquica e física melhor, e eu possa conversar com calma”, afirma o advogado Jader Marques.
Foram presos ainda dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava na boate na hora do incêndio, entre eles, o vocalista Marcelo Santos. Em depoimento, ele admitiu que usou um sinalizador no palco, mas que as faíscas não seriam capazes de produzir fogo. O vocalista acredita que as chamas foram causadas por um curto circuito.
A utilização de fogos fazia parte da apresentação da banda Gurizada Fandangueira. O show de pirotecnia acontecia durante o solo de sanfona.
Em entrevista, outros dois músicos da banda contaram como foi o início do incêndio. “Eu senti que pingou um negócio, olhei para cima e estava pegando fogo. Aí eu gritei: ‘Está pegando fogo!’”, lembra o guitarrista Rodrigo Lemos Martins.
O baterista Eliel de Lima conta: “Um rapaz, na correria, alcançou o extintor para o vocalista, que tentou, mas não funcionou o extintor. Aí saltou o segurança, pegou o extintor e também não conseguiu e fogo já foi se abrindo, se agravando”.
O comando do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul afirma que os equipamentos de segurança da boate estavam em ordem, mas ainda não apresentou provas de que de fez a vistoria para renovar o alvará, vencido desde agosto de 2012.

A polícia também quer saber onde foi parar o computador que armazenava as imagens das câmeras de segurança da boate. O equipamento ainda não foi encontrado.
fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/01/seguranca-diz-que-questionou-falta-de-saidas-de-emergencia-na-kiss.html

'A casa não podia estar funcionando', diz delegado do caso da boate Kiss



A Polícia Civil já apontou uma série de irregularidades encontradas na casa noturna. Outra linha de investigação examina a obra feita depois de um processo movido por vizinhos por causa do excesso de barulho.

O Ministério Público Federal vai investigar o incêndio em Santa Maria. A Justiça quer sabe se a Prefeitura e os Bombeiros falharam na fiscalização da boate Kiss.
A Polícia Civil já apontou uma série de irregularidades encontradas na casa noturna. Segundo o delegado responsável pelo caso, a boate não poderia estar funcionando.
Depois de ouvir 44 depoimentos e analisar os resultados iniciais da perícia, o delegado responsável pelo caso foi categórico: a boate Kiss não deveria estar funcionando.
“Temos vários indicativos de que casa não poderia estar funcionando. Se a casa estivesse regular não teria ocorrido morte de quase 240 pessoas lá dentro”, afirma Marcelo Arigony.
O delegado listou uma série de irregularidades: “O alvará de incêndio estava vencido desde 10 de agosto, o alvará sanitário estava vencido desde 31 de março. E têm diversas outras irregularidades quanto à iluminação, ao layout, talvez às portas de segurança”, diz o delegado.
O material usado para forrar o teto também será analisado. “Nós não temos ainda a perícia técnica, mas nos parece que a espuma do local é uma espuma que, quando queimada, é altamente inflamável e produz gás tóxico”, afirma Marcelo Arigony.
O delegado afirmou ainda que a banda usou um sinalizador mais barato, restrito a ambientes externos. “O outro é em torno de R$ 70, e esse custa R$ 2,50. Por economia eles estavam utilizando esse”, ressalta Arigony.
Outra linha de investigação examina a obra que foi feita na boate depois de um processo movido por vizinhos por causa do excesso de barulho. O material usado na reforma pode ter facilitado a propagação das chamas.
Nesta quarta-feira (30) a boate Kiss vai ser fechada com tapumes e ficará isolada para o caso de a polícia precisar de mais provas. Na terça a perícia voltou ao local do incêndio e fez imagens dos escombros.
De acordo com os investigadores, a falta de sinalização dificultou a saída do público. “Nós não encontramos iluminação para o caso de crise. Quando a fumaça tomou conta deveria haver iluminação que indicasse a saída. Isso está nitidamente demonstrado que não funcionou porque muitas pessoas correram para o banheiro e acabaram morrendo no banheiro”, ressalta o delegado.
A polícia enviou ofícios à Prefeitura e ao Corpo de Bombeiros para cobrar a documentação da casa noturna. O Ministério Público apura se houve omissão por parte das autoridades, e aguarda a conclusão do inquérito para apontar os responsáveis.
O Comando-Geral da Brigada Militar informou que o laudo apresentado pela boate Kiss indicava que o estabelecimento possuía duas saídas de emergência. Ainda de acordo com a brigada, os proprietários não tinham autorização para uso de materiais pirotécnicos dentro da casa noturna.

fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/01/casa-nao-podia-estar-funcionando-diz-delegado-do-caso-da-boate-kiss.html