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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Dores crônicas prejudicam vida sexual das mulheres, diz pesquisa

 

Quem sofre de dor crônica, como enxaqueca, tem menos disposição para o sexo, segundo uma pesquisa do Hospital das Clínicas de São Paulo.



Uma pesquisa reveladora do Hospital das Clínicas de São Paulo conclui que as dores crônicas podem, sim, prejudicar a vida sexual das mulheres. Não é desculpa. Dores como enxaqueca diminuem a libido, ou seja, o desejo sexual da mulher. Algumas desenvolvem depressão por causa disso. A boa notícia é que, com a ajuda do parceiro, é possível voltar a namorar como nos velhos tempos.
Qual a desculpa mais frequente quando elas não querem saber de sexo? “Dor de cabeça fatal, bem forte, daquelas bem ruins”, diz uma jovem. “'Estou com dor de cabeça, estou naqueles dias, não dá. É a desculpa número 1”, comenta uma paulistana.
“A gente tenta assimilar a situação da melhor forma possível, mas não cola”, rebate um senhor. “Homem nenhum acredita nisso”, afirma outro.
Mas a frase “Hoje não dá para namorar, porque estou com dor de cabeça” pode não ser só uma desculpa das mulheres. Quem sofre de dor crônica tem menos disposição para o sexo, segundo uma pesquisa do Hospital das Clínicas de São Paulo.
O estudo analisou um grupo de mulheres com enxaqueca, dores na região pélvica, no braço e no ombro com frequência, e outro grupo que não sentia dor. As pacientes com dor crônica apresentaram uma diminuição do desejo, da satisfação e do orgasmo em comparação com as outras entrevistadas. Ao todo, 75% das pacientes com dores tinham disfunção sexual.
“Elas não evitam a relação, porque a relação gera dor. Elas evitam para não aumentar a dor inicial. Elas têm uma atividade sexual rara e, por conta disso, via de regra os casamentos, namoros e noivados se desfazem”, explica a ginecologista Telma Mariotto Zakka.
A dor provoca um desgaste físico e emocional. Há uma diminuição da serotonina, substância responsável pela sensação de bem-estar e, com isso, as pacientes começam a desenvolver quadros depressivos.
“Essa dor diminui a libido dela, não só pela própria dor como também pelas medicações que ela usa. Os antidepressivos, por exemplo, às vezes diminuem a libido”, acrescenta a ginecologista Telma Mariotto Zakka.
Quem vê a fisioterapeuta Cláudia Helena Cerligoy sorrindo, de bom humor, pode não entender que ela fecha a cara e quer distância do marido, pelo menos, três vezes por semana por causa de uma enxaqueca.
“Quando não tenho dor é a hora que quiser. Quando eu tenho dor, na verdade, é complicado. Eu não consigo. Não sei nem relaxar, nem representar. Não dá”, comenta a fisioterapeuta.
Mas é possível melhorar. Além de medicamentos, o tratamento inclui boa alimentação, exercícios, controle de estresse, bom sono e acompanhamento psicológico.
“Quando você não está bem, tudo atrapalha, mesmo que seja uma coisa normal, fisiológica e prazerosa. Dependendo, as pessoas se retraem mais. Entendendo e motivando para aderir melhor aos tratamentos, as pessoas vão melhor”, afirma Lin Tchia Yeng, médica do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas.
Os médicos dizem que quando uma dor sem causa aparente persiste por mais de seis meses precisa ser investigada. Ainda de acordo com eles, existe cura para alguns casos de dor crônica. Para outros não, mas é possível desenvolver tratamentos que aliviam as crises e melhoraram a qualidade de vida dos pacientes.

fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/09/dores-cronicas-prejudicam-vida-sexual-das-mulheres-diz-pesquisa.html

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