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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

‘Aptidão para aprender não se mede por idade’, afirma Alexandre Garcia

 

Tolher o avanço é prejudicar os mais adiantados. É tolher o avanço dos brasileirinhos mais capazes, com sede de aprender.



Um assunto que está mobilizando as famílias brasileiras: a partir do ano que vem, só entra no Ensino Fundamental a criança que tiver 6 anos. Muitos alunos, que já estão na pré-escola, vão ter de ficar mais um ano no jardim de infância. Mesmo permitindo exceções, é uma regra polêmica e uma bela discussão num 7 de setembro.
Fico me perguntando o que pretende o Conselho Nacional de Educação ao considerar que um brasileirinho não pode ser alfabetizado cedo demais. Será perigoso abrir cedo demais as portas do conhecimento? O sonho seria o contrário: que nenhum brasileirinho seja analfabeto quando sair dos 6 anos de idade.
Foi um esforço assim que fez milagres em países que já tiveram atrás de nós e estão bem à nossa frente hoje. É uma decisão polêmica, sim, mas não se pode forçar uma criança entre a infância e a pré-infância, mas por que o impedimento? Por que não pode começar mais cedo a educação e aí avançar além da mediocridade que, em geral, hoje?
Por que não deixar entrar quem estiver apto? Aptidão não se mede por idade. Deixe a escola avaliar. Escolas americanas fazem um pequeno teste em alunos com menos idade para começar pelo jardim de infância – teste emocional, motor e de conhecimento. Tolher o avanço é prejudicar os mais adiantados. É tolher o avanço dos mais capazes.
Será que é para evitar que corramos o risco de ter dois prêmios Nobel em Medicina e um Química, como tem a Argentina, ou dois prêmios Nobel em Literatura, como tem o Chile? A América Latina tem 15 Nobel – a Argentina tem um terço disso. O Brasil não tem nenhum.
Será isso que quer o Conselho de Educação? Retardar em vez de antecipar? Conter a inteligência e nivelar por baixo? Ou seria para deixar em casa, longe da escola, crianças cuidando de crianças, gerando registros policiais, porque os pais precisam trabalhar ou são ausentes? Será que aprender cedo faz mal? Eu só conheço casos em que fez muito bem para o futuro de brasileirinhos com sede de aprender.

fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/09/aptidao-para-aprender-nao-se-mede-por-idade-afirma-alexandre-garcia.html

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